quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O uso experimental de cocaína pela mãe nas primeiras semanas de gestação (3 a 4 semanas) pode ocasionar algum risco para o bebê? E, se o pai foi usuário pode ele causar prejuízo ao filho?

O uso continuado de cocaína durante a gravidez implica vários prejuízos tanto para a gestante quanto para o feto. Os mais comuns: parto prematuro, aborto espontâneo, ruptura prematura das membranas, placenta prévia, gravidez ectópica, hipertensão gestacional, retardo mental, anomalias congênitas (malformações cardíacas e geniturinárias) e acidentes cérebro vasculares . No entanto, o caso relatado foi de uso único (denominado de uso agudo) durante esse período. Poucos efeitos do uso agudo de cocaína durante a gravidez têm sido relatados. Em estudos com modelos animais verificou-se que o uso de cocaína, associado ou não com o consumo de álcool, durante a gestação não influenciou a mortalidade pré-natal e peso dos fetos . Já em estudos com mulheres, o uso agudo de cocaína durante a gestação acarretou em desordens obstétricas e aumento da atividade contrátil do endométrio . Ainda, o uso único de cocaína no primeiro trimestre de gestação pode provocar alterações neurocomportamentais relacionadas a comportamentos motores, estado de controle e orientação, prejuízo na atenção e aprendizagem . Mesmo uma única exposição de cocaína durante o período fetal (a partir da 9ª semana de gestação) pode produzir infarto (insuficiência de suprimento sanguíneo arterial ou venoso), edema e necrose (morte) tecidual provocando dano ao feto por prejuízo de seu suprimento sangüíneo .

Quanto ao uso de cocaína por homens, os efeitos do uso prolongado estão relacionados a disfunções sexuais (impotência, incapacidade de ejaculação e diminuição do desejo sexual), mas não foram encontradas evidências de prejuízo a seus filhos .

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